Era
em volta de um espaço de terra
Onde
se travava uma guerra
Duas
traves brancas em cada canto
Ao
redor vários outros campos
O
campo se chamava do cuscuz
Pois
jogávamos até a última luz
Sem
ninguém se cansar
Tinha
um tal de Zezito que jogava meio campo
E
um tal de Nego que jogava de zagueiro
E
o pior era Baiano que jogava em todo canto
Não
vamos esquecer do saudoso Viola goleiro que sabia pegar bola
Ainda
fala de Pompeia este não vi jogar
Mas
dizem que era o melhor, pois sabia agarrar
Veio
ainda à geração de Gelsino, Goia, Girlan e Jasi
Que
não tinham tempo ruim
Era
futsal ou futebol o adversário podia vir
Pois
o campeão era sempre o time do “cruzerin”
Não
podemos esquecer dos irmão Joilson e Betinho
Dois
atacantes de nomes que surgiram Dalí
Do
campo do cuscuz, do Borges e do “curzerin”
Time do Palmeiras de Araruna/PB 1999 Fonte: http://wellingtonrafael.blogspot.com |
O
time do pirão, mas quem era do cruzeiro não comia não
O
mesmo acontecia no cruzeiro de Zezim
O
mocotó era o melhor de tudim
Todos
podiam comer do famoso mocotó de zezim
Mas
o palmeira não queria não, achava melhor o pirão e cana com limão
Time do Cruzeiro de Araruna/PB 1990 Fonte: http://wellingtonrafael.blogspot.com |
No campo do cuscuz tudo era festa
As
crianças adoravam andar de bicleta
Pelada
era jogo e ninguém queria perder e não faltava o que comer
Era
pastel, dindin, cocada, garrafinha e até cana tinha
Pois
o jogador que trazia, na bolsa sempre tinha a famosa burrinha
Depois tinha a discussão de quem jogou melhor ou pior
Começava
no campo e alí seguia até a esquina de Dona Maria
No bar de Tico de Belém a zoada se ouvia
Pois todos queriam do jogo falar também
Pois todos queriam do jogo falar também
A
noite já não era a mesma coisa
A
escuridão reinava e muitos segredos do cuscuz se via
Logo
ao chegar à luz do dia
Até
crianças foram vitimas da escuridão
O
que acontecia não sabiam não
O
menino Luan ali se foi numa vala seu corpo foi encontrado e o destino ignorado
Grandes
circos por lá se tinha
A
cidade toda ia, não faltava diversão
Era
com bola ou pião as crianças não paravam não
As
pipas ali soltavam até os chatos com cerol chegavam
Mas
a diversão continuava
Ou
saudades do cuscuz e do que muito houve por lá
Se
pegava até preá
Se
usava bola capotão quebrava até o dedão
Mas
não parava de jogar.
Araruna/PB, 05 de Agosto de 2019
Edvaldo
dos Santos