segunda-feira, 5 de agosto de 2019

Lembranças do Cuscuz



Era em volta de um espaço de terra
Onde se travava uma guerra
Duas traves brancas em cada canto
Ao redor vários outros campos
O campo se chamava do cuscuz
Pois jogávamos até a última luz
Sem ninguém se cansar

Tinha um tal de Zezito que jogava meio campo
E um tal de Nego que jogava de zagueiro
E o pior era Baiano que jogava em todo canto
Não vamos esquecer do saudoso Viola goleiro que sabia pegar bola
Ainda fala de Pompeia este não vi jogar
Mas dizem que era o melhor, pois sabia agarrar

Veio ainda à geração de Gelsino, Goia, Girlan e Jasi
Que não tinham tempo ruim
Era futsal ou futebol o adversário podia vir
Pois o campeão era sempre o time do “cruzerin”

Não podemos esquecer dos irmão Joilson e Betinho
Dois atacantes de nomes que surgiram Dalí
Do campo do cuscuz, do Borges e do “curzerin”

Time do Palmeiras de Araruna/PB 1999
Fonte: http://wellingtonrafael.blogspot.com
No campo do cuscuz surgiu o palmeiras de Ginú
O time do pirão, mas quem era do cruzeiro não comia não
O mesmo acontecia no cruzeiro de Zezim
O mocotó era o melhor de tudim
Todos podiam comer do famoso mocotó de zezim
Mas o palmeira não queria não, achava melhor o pirão e cana com limão



Time do Cruzeiro de Araruna/PB 1990
Fonte: http://wellingtonrafael.blogspot.com


No campo do cuscuz tudo era festa
As crianças adoravam andar de bicleta
Pelada era jogo e ninguém queria perder e não faltava o que comer
Era pastel, dindin, cocada, garrafinha e até cana tinha
Pois o jogador que trazia, na bolsa sempre tinha a famosa burrinha

Depois tinha a discussão de quem  jogou melhor ou pior
Começava no campo e  alí seguia até a esquina de Dona Maria
No bar de Tico de Belém a zoada se ouvia
Pois todos queriam do jogo falar também

A noite já não era a mesma coisa
A escuridão reinava e muitos segredos do cuscuz se via
Logo ao chegar à luz do dia
Até crianças foram vitimas da escuridão
O que acontecia não sabiam não
O menino Luan ali se foi numa vala seu corpo foi encontrado e o destino ignorado

Grandes circos por lá se tinha
A cidade toda ia, não faltava diversão
Era com bola ou pião as crianças não paravam não
As pipas ali soltavam até os chatos com cerol chegavam
Mas a diversão continuava

Ou saudades do cuscuz e do que muito houve por lá
Se pegava até preá
Se usava bola capotão quebrava até o dedão
Mas não parava de jogar.
  

Araruna/PB, 05 de Agosto de 2019
Edvaldo dos Santos

2 comentários:

  1. Parabens pelo texto professor Edvaldo!

    Convivi um pouco com o time do Atlético de Cacá, pois meu pai era jogador, e por morar próximo a Zezinho e de Ginú acompanhei bastante essa rivalidade de Cruzeiro X Palmeiras, as farras pós jogo eram as melhores partes. Quantas recordações boas você inseriu na postagem, fazem parte certamente das nossas "coisas de Araruna".

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  2. Bom dia meu amigo!

    Em breve escreverei mais sobre o tema.

    ResponderExcluir

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